quarta-feira, 31 de março de 2010

Por que me tornei vegetariana


Sempre desprezei qualquer tipo de fanatismo.
Pessoas obcecadas tentando convencer os outros de seus ideais e crenças. Não tem coisa mais chata.
Optei pelo vegetarianismo. Não por modismo, nem por fazer o conveniente na minha profissão: professores de yoga não vegetarianos sempre foram mal vistos.


Na filosofia Yogi, ja ouvi muitas vezes que não comer carne era um meio de purificação, capaz de levar o praticante a estados mais profundos de consciência, facilitando a meditação.
Além disso, o praticante estaria cumprindo um dos Yamas, (normas de convivência, que estão no segundo capítulo do Yoga Sutra de Patañjali, um famoso filósofo hindu), que é o Ahimsa, ou não-agressão. Estaríamos indo contra esse princípio agredindo os animais para consumí-los.
Mas isso não me convencia. Muitas pessoas que se diziam vegetarianas, consequentemente 'purificadas, elevadas espiritualmente', eram extremamente egocêntricas, e criticavam fervorosamente quem comia carne.
Então eu percebia claramente que o não comer carne não tornava a pessoa mais espiritualizada. Essas pessoas se esqueciam dos outros Yamas, como a autenticidade [satya], ou a prática de uma vida espiritualmente regrada [bráhmacarya], por exemplo. 
Mas mesmo assim resolvi experimentar, e fiquei um tempo não comendo nenhum tipo de carne, para ver se fazia alguma diferença. Não me senti "superior" nem mais espiritualizada nesse período.
Acabei descontando nos doces e engordei. Além disso, eu ainda sentia vontade de comer carne, então acabei desistindo.
Os benefícios que percebi foi que minha digestão e a disposição física melhoraram, resultando em um maior rendimento nas práticas de Yoga.


Anos depois, mesmo sabendo dos prejuízos que o consumo de carne trazia para o meio-ambiente e dos maus tratos sofridos pelos animais, ainda assim sentia vontade de comer carne, mas já estava convencida que eu precisava me tornar vegetariana. Essa sim era uma causa nobre e correta.
Nunca fui de comer carne demais, e procurei diminuir mais ainda.
Mas só diminuir não bastava para mim.


Então aconteceu uma coisa que me ajudou a parar de vez.
Eu e meu marido começamos a sentir um cheiro de podre vindo do lado de fora da nossa casa. Quando vimos, tinha um pombo morto no beiral do telhado, e lá de cima, centenas de larvas caíam no piso de trás da casa. Elas se arrastavam levando um fedor horrível com elas. E de repente me senti como a larva. Comer carne não me tornava diferente. Também levava no meu corpo carne em decomposição. Achei aquilo tudo tão nojento que não consegui mais pensar em colocar carne na boca.


Desde então comecei a pesquisar mais sobre o vegetarianismo.
Quando a gente faz uma coisa e sabe que está errada, fechamos os olhos para não ver a realidade.
Quando abri os meus o que percebi foi o quanto eu estava sendo egoísta com os animais, com as pessoas e com o mundo.
Tanto se fala em diminuir o consumo de água. Vemos todos os dias propagandas pedindo para que tomamos banhos mais curtos e mais aquele bla bla bla todo. O que essas propagandas não contam é que para ser produzido 1 kg de carne, por exemplo, são gastos 15.000 litros de água. Para o mesmo quilo de cereal seriam gastos apenas 1.300 litros.
Sem contar que se os cereais que são liberados para alimentar o gado na pecuária fosse revertido para as pessoas, não existiria mais fome no mundo.
Então estaríamos deixando de alimentar pessoas pobres para satisfazer nossa gula, alimentando um animal para depois nos alimentarmos dele?
Então me pergunto, quem somos nós?
Na revista Galileu desse mês li um artigo sobre o livro "Eating Animals", do americano Jonathan Safran Foer.
Segue alguns trechos:


- "Sem piadas aqui, e sem desviar do assunto: os animais são sangrados, pelados e desmembrados enquanto estão conscientes. Isso acontece o tempo todo, e a indústria e o governo americano sabem disso."


- "A próxima vez que um amigo tiver um 'resfriado' repentino, faça algumas perguntas. A doença foi uma dessas que vêm e vão rápido - vomitadas ou defecadas e então aliviadas? O diagnóstico não é simples, mas, se a resposta for sim, seu amigo provavelmente não 'pegou uma virose', ele 'comeu uma virose'..."


- "Comemos animais doentes. Frangos e perus são criados em espaços minúsculos, sem a mínima condição de locomoção. Porcos nascem deformados e precisam ficar presos para não atacarem uns aos outros. Peixes criados em tanques podem tornar-se canibais. Grande parte do gado é retalhada e desmembrada enquanto ainda está consciente. Nosso sustento vem da miséria. Se alguém nos oferecer um filme sobre como nossa carne é produzida, ele será de terror."


- "Os animais criados nas fazendas industriais produzem 130 vezes mais excrementos que a população humana - nos EUA, são cerca de 40 mil quilos de merda por segundo."


- "Quanto mais cedo os leitões se alimentam de sólidos, mais cedo alcançam o peso de mercado. 'Comida sólida' frequentemente inclui plasma sanguíneo seco, um produto secundário dos abatedouros. Depois os porcos vão para gaiolas de metal. Essas gaiolas são empilhadas, fezes e urina caem das gaiolas superiores nos animais de baixo..."


-"Sou contra o argumento de que comer carne é da natureza humana. O progresso só se dá quando transcendermos a natureza. Afinal existiram épocas e lugares em que os humanos comeram insetos, bichos de estimação ou outros humanos. As pessoas precisam comer de acordo com seus valores. Se fizessem isso, a maioria deixaria de comer carne."


 - "Por tudo isso, tornei-me vegetariano e escolhi alimentar meu filho da mesma forma. O vegetarianismo é a única forma de comer coerente com tudo que mais ensino a ele. Não consigo lhe dizer 'olha meu filho, sabe aqueles animaizinhos que estão nos livros que lemos pra você à noite? Então, na verdade, a gente mata todos eles, arranca a cabeça, coloca na churrasqueira e depois come, viu?' Não falo de certo e errado, mas simplesmente não tem nada a ver com meus valores."


Respeito quem come carne. Mas as pessoas tem que se informar mais sobre o que andam comendo. É preciso uma consciência ecológica. É muito bonito dizer nos dias de hoje que se é ecologicamente correto, que o lixo é separado e que as sacolas plásticas tem que acabar. Alegam que as mesmas quando lançadas nos rios e oceanos matam peixes e outros animais que sufocam com elas. Estranho essas mesmas pessoas comerem esses animais.
Mais estranho são as pessoas fazerem tanto barulho pelo mico-leão-dourado, arara azul ou outros animais em extinção. Será que elas não percebem que mais um pouco somos nós, seres humanos que entraremos para lista por falta de ter o que comer?
Não é pelo YOGA que deixei de comer carne.
É pelo futuro da minha filha, dos meus netos  e do planeta.
É pelo fim do sofrimento desses animais.
Minha saúde agradece!


By Nina





. A indústria de carne é responsável por 18% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, ao passo que todos os transportes somados geram 13%.(1).
. A pecuária gera diretamente 80% do desmatamento no bioma amazônico (2) e 14% em todo o mundo.
. Somos quase 7 bilhões de pessoas na Terra e criamos, para produzir carne, mais de 30 bilhões de animais (3) que consomem água, comida e recursos energéticos, demandam espaço, despejam detritos, contaminam os mananciais, causam erosão e geram poluição atmosférica.
. A criação de animais para abate é uma forma ineficiente de produzir alimentos: para cada quilo de proteína animal são necessários de 3 a 10 kg de proteína vegetal (milho, soja etc.) (4).
_________
(1) FAO (2009)
(2) Ministério da Agricultura
(3) Incluindo aves, peixes, camarões e moluscos
(4) FAO (2005)



Abaixo o filme A CARNE É FRACA:

domingo, 28 de março de 2010

Mooji

Quando eu descubro alguma coisa realmente interessante a vontade que tenho é compartilhar com os amigos. Uma amiga minha me mostrou um vídeo do Mooji. Adorei! Então estou pesquisando mais sobre ele e postando meus "achados" aqui!
Apreciem sem moderação!!!





Todos os seres buscam e desejam a felicidade duradoura, paz, verdade e compreensão. Nossas vidas podem ser a expressão e a celebração desta descoberta. Mas sem a compreensão real de quem verdadeiramente somos, nós nos consideramos meramente como entidades corpo-mente, inconscientes de nossa natureza mais profunda como Pura Consciência. Esta visão limitada nos deixa enredados num mundo de confusão, medo e conflito – um estado muito infeliz. Satsang nos lembra que nós já somos livres! Para aqueles que estão abertos, a mensagem em Satsang é o sabão que remove a velha sujeira da ignorância e do mal-entendido causados pela errônea identificação, nos deixando como presença consciente aqui agora. Satsang é o convite para pisar dentro do fogo do Auto-conhecimento. Este fogo não o queimará, apenas queimará o que não é você.
(Mooji)



segunda-feira, 22 de março de 2010

Deus existe? (Albert Einstein)

Alemanha
Inicio do século 20

Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta:
“Deus criou tudo o que existe?”

Um aluno respondeu valentemente:
“Sim, Ele criou.”

“Deus criou tudo?”
Perguntou novamente o professor.
“Sim senhor”, respondeu o jovem.

O professor respondeu,
“Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau?”

O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez que a fé era um mito.

Outro estudante levantou a mão e disse:
“Posso fazer uma pergunta, professor?”

“Lógico.” Foi a resposta do professor.

O jovem ficou de pé e perguntou:
“Professor, o frio existe?”

“Que pergunta é essa? Lógico que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio?”

O rapaz respondeu:
“De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é susceptível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia.
O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor”

“E, existe a escuridão?”
Continuou o estudante.
O professor respondeu: “Existe.”

O estudante respondeu:
“Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz.
A luz pode-se estudar, a escuridão não!
Até existe o prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas.
A escuridão não!
Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz.
Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim?
Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente”

Finalmente, o jovem perguntou ao professor:
“Senhor, o mal existe?”

O professor respondeu:
“Claro que sim, lógico que existe, como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal.”

E o estudante respondeu:
“O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus.
Deus não criou o mal.
Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz.
O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações.
É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.”

Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado…

Imediatamente o diretor dirigiu-se àquele jovem e perguntou qual era seu nome?

E ele respondeu:
“ALBERT EINSTEIN.”

FONTE: http://www.evoluindo.org/espiritualidade/deus-existe

Este artigo se refere à um suposto debate entre Albert Einstein e um professor de uma Universidade de Berlim. Não existe certeza quanto a autoria ser de Einstein, mas a mensagem é muito boa!

domingo, 21 de março de 2010

O MENDIGO FELIZ


Sempre num lugar por onde passavam muitas pessoas, um mendigo sentava-se na calçada e colocava ao lado uma placa com os dizeres:


“Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado..”


Alguns que passavam o olhavam intrigados, outros o achavam doido e outros até davam-lhe dinheiro. Todos os dias, antes de dormir, ele contava o dinheiro e notava que a cada dia a quantia era maior.
Numa bela manhã, um importante e arrojado executivo, que já o observava há algum tempo, aproximou-se e lhe disse:
- Você é muito criativo! Não gostaria de colaborar numa campanha da empresa?
- Vamos lá. Só tenho a ganhar! Respondeu o mendigo.
Após um caprichado banho e com roupas novas, foi levado para a empresa.
Daí para frente sua vida foi uma seqüência de sucessos e com o tempo ele tornou-se um dos sócios da empresa.
Numa entrevista coletiva à imprensa, ele esclareceu como conseguiu sair da mendicância para tão alta posição. Contou ele:
- Bem, houve uma época em que eu costumava me sentar nas calçadas com uma placa ao lado, que dizia:
“Sou um nada neste mundo! Ninguém me ajuda! Não tenho onde morar! Sou um homem fracassado e maltratado pela vida! Não consigo um mísero emprego que me renda alguns trocados! Mal consigo sobreviver!”
- As coisas iam de mal a pior quando, certa noite, achei um livro e nele atentei para um trecho que dizia:
“Tudo que você fala a seu respeito vai se reforçando. Por pior que esteja a sua vida, diga que tudo vai bem. Por mais que você não goste de sua aparência, afirme-se bonito. Por mais pobre que seja você, diga a si mesmo e aos outros que você é próspero..”
- Aquilo me tocou profundamente e, como nada tinha a perder, decidi trocar os dizeres da placa para:
“Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado..”
- E a partir desse dia tudo começou a mudar, a vida me trouxe a pessoa certa para tudo que eu precisava, até que cheguei onde estou hoje. Tive apenas que entender o Poder das Palavras. O Universo sempre apoiará tudo o que dissermos, escrevermos ou pensarmos a nosso respeito e isso acabará se manifestando em nossa vida como realidade. Enquanto afirmarmos que tudo vai mal, que nossa aparência é horrível, que nossos bens materiais são ínfimos, a tendência é que as coisas fiquem piores ainda, pois o Universo as reforçará. Ele materializa em nossa vida todas as nossas crenças.


Uma repórter, ironicamente, questionou:
- O senhor está querendo dizer que algumas palavras escritas numa simples placa modificaram a sua vida?
Respondeu o homem, cheio de bom humor:
- Claro que não, minha ingênua amiga! Primeiro eu tive que acreditar nelas!!!

sábado, 20 de março de 2010

Medito, logo existo!



"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela."
(Albert Einstein)

Há metafísica bastante em não pensar em nada

O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?
"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo"...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.
Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

TENHO TANTO SENTIMENTO

Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
(Fernando Pessoa)

"A meditação profunda acentua a natureza real do objeto a respeito do qual meditamos, e faz com que ela penetre na alma daquele que medita."
(Ramakrishna)

“Se não você, então quem? Se não agora, então quando?”
(Gary Herbert)

“O homem que não tem vida interior é escravo do ambiente que o cerca.”
(Henri Frederic Amiel)

"Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito."
(Willian Blake)

Um ancião índio norte-americano certa vez descreveu seus conflitos internos da seguinte maneira:
"Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando".
Quando lhe perguntaram que cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e respondeu: "Aquele que eu alimento mais freqüentemente".
(Autor desconhecido)

“Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais a nós mesmos.
(Jostein Gaarder)

Quem olha para fora, sonha
Quem olha para dentro, desperta.
(Jung)

“O meu olhar é nítido como um girassol. 
Tenho o costume de andar pelas estradas 
Olhando para a direita e para a esquerda, 
E de, vez em quando olhando para trás... 
E o que vejo a cada momento 
É aquilo que nunca antes eu tinha visto, 
E eu sei dar por isso muito bem... 
Sei ter o pasmo essencial 
Que tem uma criança se, ao nascer, 
Reparasse que nascera deveras... 
Sinto-me nascido a cada momento 
Para a eterna novidade do Mundo... 
Creio no mundo como num malmequer, 
Porque o vejo. Mas não penso nele 
Porque pensar é não compreender ... 
O Mundo não se fez para pensarmos nele 
(Pensar é estar doente dos olhos) 
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... 
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... 
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, 
Mas porque a amo, e amo-a por isso, 
Porque quem ama nunca sabe o que ama 
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ... 
Amar é a eterna inocência, 
E a única inocência não pensar...
(Fernando Pessoa)

"Quando alguém nos faz sofrer, é porque essa pessoa sofre profundamente dentro de si mesma, e seu sofrimento está se esparramando do lado de fora. Esta pessoa não precisa de mais sofrimento, precisa de ajuda. Essa é a mensagem que está sendo enviada. Se você conseguir entender isso, ofereça o que a pessoa precisa - alívio. Felicidade e segurança não são questões individuais. A felicidade e a segurança do outro são fundamentais para a sua felicidade e a sua segurança. Deseje o bem do outro com sinceridade, pra que você também fique bem.
(Thich Nhat Hanh)

“Não  quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido
De afectos, tenha a fria liberdade
Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses.
(Fernando Pessoa)

“Não fazer nada não é o mesmo que deixar de fazer tudo.
Permita-se não fazer nada de vez em quando.
Não se lance cegamente na roda do mundo só pela angústia de fazer algo.”
(Fernando Pessoa)

“Lá para além dos seres, ao profundo meditar, surge; grande e impotente, o sentimento de ilusão do mundo.”
(Fernando Pessoa)

“Concentra-te, e serás sereno e forte;
Mas concentra-te fora de ti mesmo.
Não sê mais para ti do que o pedestal
No qual ergas a estátua do teu ser.
Tudo o mais empobrece, porque é pobre.”
(Fernando Pessoa)


"Fugimos da felicidade para nos protegermos da tragédia q tememos q ela atraia. Tudo errado. Felicidade ñ mata." (Flavio Gikovate)




"Tanto os bons quanto os maus hábitos precisam de tempo para adquirir força. Maus hábitos poderosos poderão ser destituídos pelos bons hábitos opostos se estes forem pacientemente cultivados." 

(Paramahansa Yogananda)


inveja é a homenagem que o medíocre presta ao mérito.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Síndrome do Pânico


Tudo começou quando eu tinha uns 12 anos. Isso no final da década de 80.
Nessa época não se falava em Síndrome do Pânico (SP).
Na escola eu me sentia mal, tinha a sensação do corpo amortecer, achava que ia desmaiar. Meu coração disparava e eu tremia muito. Minha boca ficava seca e eu era tomada de um pavor intenso. Ligava para minha mãe ir me buscar e só me acalmava quando ela chegava.
Fui a vários médicos e fiz muitos exames. Não era nada. NADA! Eu imaginava que tinha uma doença que nem os médicos sabiam o que era e fui alimentando meu medo mais e mais.
Fiz terapia, e ouvi todos os tipos de diagnóstico: deram-me calmantes, outros diziam ser coisa de adolescente, frescura, consultei cartomante, médium, tomei florais e por aí vai. Mas levava uma vida normal, e sempre com o pânico indo e vindo.

Aos 18 anos entrei na faculdade. E o pânico voltou com tudo. Não conseguia assistir aulas.  Eu cheguei a um ponto que não conseguia fazer mais nada sozinha. Até ir à padaria em frente a minha casa era uma tortura.
Depois de 6 anos sem saber que doença eu tinha, fui a um psiquiatra que enfim, deu nome a ela.
Comecei a tomar antidepressivos e ansiolíticos. As 2 primeiras semanas foram terríveis, achei que ia enlouquecer, de tão dopada que ficava. Mas passou e eu melhorei.

Nesse mesmo ano viajei sozinha para o nordeste e fiquei na casa de uns parentes por mais de um mês, sem crises.  Sempre gostei de viajar. Além de ir pra praia, nessa época, quase todo final de semana para pegar onda, viajei pra Indonésia, surfei em Bali e depois conheci a Europa.

A SP funciona assim: você tem medo das sensações do teu corpo. Qualquer sinal diferente, a pessoa interpreta como se estivesse passando mal. Aí vem uma descarga de adrenalina, que faz com que os sintomas sejam potencializados. O mais absurdo e incoerente é que a pessoa começa a evitar os lugares que se sentiu mal, pois associa esses lugares com a crise, e teme que a mesma se repita. Assim, a pessoa se isola de tal forma que não consegue mais sair de casa. É a SP com agorafobia (medo de lugar aberto).
O que é comum também, e que me aconteceu, foi que comecei a ter medo de ter medo, ou seja, sofria por antecipação.
Fiz muita terapia. Ajudou muito!

Sempre levei uma vida normal. Depois de formada trabalhei como autônoma, e mais para frente tive meu próprio negócio. Tinha minhas crises. Tentei tratamentos alternativos, mas isso só piorou. Fui a médicos que quase me deixaram louca mesmo, receitando remédios que não tinham nada a ver com que eu tinha. Voltei para meu primeiro psiquiatra e tudo voltou ao normal.
Quando engravidei e tive que parar com os remédios sofri muito, tinha crises até dentro da minha própria casa. Depois dos primeiros meses, os médicos voltaram a me receitar antidepressivos numa dose mínima e eu novamente fiquei bem.
Depois que minha filha nasceu, fiquei estável, com crises esporádicas. Cheguei a morar em Balneário Camboriú, vendendo tudo que eu tinha em curitiba, para tentar uma vida com mais qualidade.
No entanto não deu muito certo, na época me separei e voltei pra curitiba.
Fiquei morando com meus pais e comecei a procurar empregos.
Foi uma frustração atrás da outra. Tinha crises no trabalho e não conseguia parar em lugar nenhum. Para compensar fiz vários cursos de artesanato e vendia meus trabalhos para fora.

Então em 2002 conheci o Yoga. E minha vida mudou. Minha ansiedade acabou, consegui parar de tomar calmantes  e fiquei com uma dose mínima do antidepressivo, só para manutenção.
Fiz diversos cursos, inclusive de formação profissional em Yoga.
Comecei a dar aulas conciliando meus trabalhos artesanais.
Tive algumas “crises existenciais” nesse período, pois estava cansada de ganhar tão pouco pelo meu trabalho, o que me desmotivou.
Então trabalhei com minha irmã, na agência de design gráfico dela durante 3 anos. Fez um bem incrível para mim. Nesse tempo dava aulas de yoga particulares, estudava e praticava sempre.
Depois desses anos resolvi me dedicar totalmente ao Yoga novamente, além de fazer bem para minha saúde, era o que eu realmente amava fazer.

O pânico sempre andou do meu lado, mas aprendi a conviver e entender essa limitação.
Passei anos sem ter crises, mas se algo de impacto acontecia na minha vida, ele voltava.
Teve uma vez, há uns 3 anos atrás, que depois de ter uma crise dirigindo, passei a evitar dirigir sozinha. Se o lugar que eu precisava ir era perto de casa, eu ia sem problemas, mas se eu sabia que teria chance de pegar engarrafamento, pedia para alguém me acompanhar.
A minha sorte que minha família sempre me ajudou muito. Tive todo o apoio, carinho e dedicação em todos os momentos. Tanto dos meus pais, avós e irmãos. Até minha filha, que está hoje com 11 anos, entende o que acontece comigo e me ajuda do jeitinho dela.

O que me deixa decepcionada é como ainda as pessoas têm preconceito contra esse tipo de transtorno: ou interpretam como frescura ou como loucura.
Já conversei também com pessoas que me disseram que já tinham tido SP. Na maioria das vezes, eram relatos de qualquer outro transtorno que nada tinha a ver com o pânico.
A conclusão que eu tenho é que ainda existe muita desinformação, e o que é pior, ela vem de muitos terapeutas que fazem diagnósticos errados. Eu mesma tive experiência com péssimos profissionais.

O que eu queria mesmo era uma cura definitiva. Eu desafio qualquer psicólogo, terapeuta ou psiquiatra que leia esse texto a me mostrar que existe sim essa possibilidade.
Posso passar meses, ou anos sem crises, mas em mais de 20 anos convivendo com isso, elas sempre voltaram.

Mas tenho esperança e paciência.
Amo minha vida e vou vivendo de acordo com minhas possibilidades. Se não consigo ir a um cinema, ou trabalhar fora em algum momento, por mais que seja frustrante para mim, procuro sempre agradecer tudo que tenho na minha vida.
O que mais me entristece é ter que ouvir pessoas desinformadas, que vem julgar meu problema como se soubessem mais da minha vida do que eu mesma. Mas geralmente quem faz isso são pessoas com problemas muito maiores que o meu.
A minha sorte é que a maioria das pessoas, ao invés de julgar, se mostra compreensiva e tenta ajudar de alguma forma, mostrando possíveis soluções.

O que relatei aqui é um resumo muito pequeno de tudo que passei.
O que ainda não falei, foi que o pânico nunca me impediu de ser feliz. Ser feliz é a escolha que eu fiz.
Mesmo quando estou no meio de uma tempestade, sempre tenho certeza que logo o Sol voltará a brilhar!

By Nina

ATENÇÃO

Muitas imagens do BLOG são fonte de pesquisa na internet.
As imagens que incluem o ByNina na lateral são criadas por mim, geralmente pego frases de outros autores, citando o mesmo e imagens de fundo disponíveis na internet.
Todas as frases e pensamentos com a assinatura ByNina embaixo da arte são de minha autoria.
Lembre-se sempre de citar a fonte quando compartilhar.
E se alguma imagem tiver direitos autorais, entre em contato comigo através do e-mail bynina@hotmail.com que cito o autor ou retiro imediatamente.
Obrigada pela compreensão!

Carolina Carvalho
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