Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada...
Eduardo Alves da Costa*
*Existe uma controvérsia, alguns atribuem esse poema a Maiakovski.
"Quem poupa o lobo, sacrifica as ovelhas."
Muito boa reflexão. Já vi esse poema ser atribuído até a Brecht, mas realmente é de Eduardo Alves da Costa, em "No caminho, com Maiakovski", ed. Nova Fronteira.
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