domingo, 17 de março de 2013

Pensamento do Dia



sábado, 16 de março de 2013

Quando Tudo Se Desfaz - Pema Chödrön



O pai de uma criança de dois anos conta que ligou a televisão e, inesperadamente, viu a destruição causada por uma bomba colocada em um edifício público de Oklahoma. Assistiu, enquanto os bombeiros carregavam corpos inertes e ensangüentados de bebês que eram retirados das ruínas da creche que funcionava no primeiro andar. Diz que, no passado, era capaz de se distanciar do sofrimento alheio. Mas, desde que se tornara pai, isso havia mudado. Sentia como se cada uma daquelas crianças fosse seu filho. Sentia a dor de todos os pais como sendo sua.


Essa identificação com o sofrimento dos outros, a incapacidade de continuar a observá-lo de longe, é a descoberta de nossa ternura, a descoberta do bodhichitta. Essa é uma palavra sânscrita que significa "coração nobre ou desperto". Diz-se que está presente em todos os seres. Assim como a manteiga é parte do leite e o óleo, da semente de gergelim, essa ternura é inerente a mim e a você.

Stephen Levine escreve sobre uma mulher que estava morrendo, em terrível sofrimento e extrema amargura. No momento em que sentiu que não podia mais suportar a dor e o ressentimento, inesperadamente, passou a experimentar o pesar de outros em agonia: uma mãe faminta na Etiópia, um adolescente desvairado morrendo de overdose em um apartamento imundo, um homem esmagado por um deslizamento de terra, morrendo sozinho à margem de um rio. Ela relatou ter compreendido que essa não era a sua dor, mas a de todos os seres. Não era apenas a sua própria vida, mas a vida em si mesma.

Despertamos o bodhichitta, essa ternura pela vida quando não podemos mais nos proteger da vulnerabilidade de nossa condição, da fragilidade fundamental da existência. Nas palavras do décimo sexto Gyalwa Karmapa: "Recebemos tudo. Deixamos que a dor do mundo toque nosso coração e a transformamos em compaixão".

Diz-se que, em tempos difíceis, somente o bodhichitta pode curar. Quando não encontramos inspiração, quando nos sentimos prestes a desistir, esse é o momento em que a cura pode ser encontrada na ternura da própria dor. Esse é o momento de tocar o autêntico coração do bodhichitta. No meio da solidão, do medo, do sentir-se incompreendido e rejeitado, encontra-se a pulsação de todas as coisas, o autêntico coração de tristeza.

Uma pedra preciosa fica enterrada durante um milhão de anos e não perde a cor nem é danificada. Do mesmo modo, por mais que possamos espernear, nada afetará este coração nobre. Essa jóia pode ser trazida para a luz a qualquer tempo e resplandecerá com todo seu brilho, com se nada tivesse acontecido. Não importa quanto estejamos comprometidos com a rudeza, o egoísmo ou a ganância, o autêntico coração do bodhichitta não pode ser perdido. Está bem aqui, em tudo que tem vida, intacto e completamente íntegro.

Quando nos protegemos do sofrimento, achamos que estamos sendo bondosos conosco mesmo. A verdade é que apenas nos tornamos mais amedrontados, endurecidos e alienados. Percebemos a nós mesmos como separados do todo. Essa separação transforma-se em uma espécie de prisão- uma prisão que nos encerra em nossas próprias esperanças e medos, que nos leva a nos importarmos apenas com aqueles que estão mais próximos. O curioso é que, antes de mais nada, estamos tentando nos proteger do desconforto e, com isso, sofremos. Já quando não nos fechamos e permitimos que a dor toque nosso coração, descobrimos nossa afinidade com todos os seres. Sua Santidade, o Dalai Lama, descreve dois tipos de pessoas egoístas: as sábias e as tolas. As tolas pensam apenas em si mesmas, o que resulta em confusão e dor. As sábias acreditam que estar ali, apoiando os outros, é a melhor coisas que podem fazer por si mesmas. Como resultado, sentem alegria.

Quando encontramos uma mulher com o filho no colo, pedindo esmolas na rua, quando vemos um homem surrar impiedosamente seu cão aterrorizado, quando nos deparamos com um adolescente espancado ou com o medo nos olhos de uma criança, damos as costas porque não podemos suportar? Isto é o que a maioria de nós provavelmente faz. Alguém precisa nos encorajar a não deixar de lado o que sentimos, a não nos sentirmos envergonhados pelo amor e pesar que surgem, a não temer a dor. Alguém tem de nos dizer que é possível despertar a ternura que existe em nós e que, ao fazer isso, mudaremos nossa vida.

A prática de tonglen - enviar e receber- tem o propósito de despertar o bodhichitta, de nos colocar em contato com esse coração nobre e autêntico. Essa prática consiste em receber em si mesmo a dor e espalhar alegria, invertendo radicalmente nosso tão bem estabelecido hábito de fazer o contrário.

Tonglen é uma prática que visa a criar espaço, a ventilar a atmosfera de nossa vida para que as pessoas possam respirar livremente e relaxar. Sempre que encontramos o sofrimento, sob qualquer forma, as instruções de tonglen nos dizem para inspirá-lo, com o desejo de que todos possam se libertar da dor. Sempre que encontramos a felicidade, sob qualquer forma, devemos expirá-la, dirigi-la para fora, com o desejo de que todos possam sentir alegria. Essa é uma prática que permite às pessoas sentirem-se menos oprimidas, menos limitadas. Ela nos mostra como amar incondicionalmente...

... Quando nos protegemos para não sentir dor, essa proteção transforma-se em uma espécie de armadura, uma couraça que aprisiona a suavidade de nosso coração. Fazemos tudo o que vem à mente para não nos sentirmos ameaçados. Tentamos prolongar a sensação de estar bem consigo mesmo. Quando vemos nas revistas fotografias coloridas de pessoas se divertindo na praia, muitos de nós sinceramente desejam que a vida pudesse ser assim tão boa.

Quando inspiramos a dor, de algum modo, ela penetra nossa couraça. Nossa proteção vai sendo suavizada. Aquela armadura pesada, enferrujada e rangente começa, enfim, a parecer menos monolítica. Com a inspiração, ela começa a ruir e percebemos que podemos respirar profundamente e relaxar. Bondade e ternura começam a emergir. Não precisamos mais ficar tensos, como se estivéssemos o tempo todo na cadeira do dentista.

Quando expiramos alívio e sensação de espaço, também estamos promovendo a desintegração da couraça. A expiração é uma metáfora para expressar a abertura total de nosso próprio ser. Quando sentimos que algo é precioso, em vez de nos apegarmos fortemente, podemos abrir as mãos e dividi-lo com os demais. Podemos dar tudo. Podemos compartilhar a riqueza desta insondável experiência humana.

Este trecho foi extraído do livro "Quando tudo se desfaz - orientação para tempos difíceis" de Pema Chödön- Editora Gryphus.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Eu não sou "boazinha"




Não sou boazinha.
Já fiz mal a mim mesma.

Já fiz mal para os outros.
Já cometi o mesmo erro mais de uma vez.
Já disse sim, quando deveria dizer não.
E o contrário.
Já perdi tempo demais me culpando
e demorei mais que deveria para me perdoar.
Já falei o que não devia, e calei quando mais precisava falar.
Machuquei pessoas pelas minhas palavras mal pensadas.
Machuquei pessoas pelos meus atos impulsivos.
Errei muitas vezes tentando acertar.
E acertei muitas vezes pensando errar.
E por mais que eu sempre procure fazer o melhor,
nem sempre consigo agradar. E me agradar.

Por isso sempre desconfiei de gente “boazinha” demais.

Gosto de gente de verdade.
De gente que ri e que chora.
De gente que olha no teu olho e fala o que pensa.
De gente que briga e depois pede desculpas.
De gente que admite que errou.
De gente que fala bobagem, mas que sabe falar sério.
Gosto de gente autêntica, não gosto de cópia.
E como tem gente por aí que parece ter saído de uma máquina da “Xerox”.
Tenho medo desse tipo de gente.
De gente que sorri amarelo o tempo todo.
De gente que se esforça para mostrar aos outros sua suposta bondade.
Gente que se esforça para mostrar aos outros sua suposta perfeição.
Gente que só se esforça para mostrar aos outros qualquer coisa.

Porque se depender de ter que mostrar aos outros qualquer coisa,
nunca vou ser "boazinha", pois vou continuar cometendo erros.
Novos eu espero, porque dos antigos já estou cheia.
Mesmo assim eu tento cada dia ser melhor pra mim mesma.
Pois quando sou boa para mim, posso ser boa para alguém.
E mesmo sendo boa, por favor, entenda e não confunda:
Nunca vou ser “boazinha”.

Carolina Carvalho (ByNina)



"Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a 
separação é impossível. 
O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. 
Às vezes a gente melhora. Mas passa. 
E que interessa o castigo ou o prêmio?
Tudo muda tanto que a pessoa que pecou na véspera já não é a mesma a ser punida no dia seguinte."
(Lygia Fagundes Telles)


quarta-feira, 6 de março de 2013

Desafio pra quem RECLAMA





Pois as vezes é assim, a gente reclama e nem percebe porque vira rotina. Vira parte da gente.
E a gente acaba sendo gente chata, ranzinza e afasta as pessoas de perto.
Tem coisa que não tem jeito, tem que reclamar mesmo. Reclamar mas com consciência, reclamar com atitude, reclamar para mudar alguma coisa.

Esse desafio que proponho a você é passar um dia inteiro sem reclamar de nada. Se a vontade aparecer, anote num papel. No dia seguinte repita. E releia o que você reclamaria no dia anterior. Possivelmente não fará mais nenhum sentido. 
E sempre se faça essa pergunta: A reclamação que eu tenho a fazer mudará alguma coisa?
Tem quem reclame ainda todos os dias das mesmas coisas. É o trânsito, o tempo, a falta de grana, o trabalho, o relacionamento, o fulano e por aí vai.
Reclamação que se repete age na gente como um mantra. Só que ao invés de atrair coisas boas, acaba por fazer o efeito contrário.
Se você se reconhece na turma dos que reclamam repetidamente, cuidado.
Por favor, mude o disco, mude a música e cante uma canção diferente.
Mude a sua perspectiva de ver o mundo.
Experimente elogiar e ver o belo nas coisas e nas pessoas.
A consequência disso você vai perceber rapidamente.
E te digo: você vai sorrir muito mais!

Carolina Carvalho (ByNina)


“Você contempla as estrelas no espaço, mas conserva inexplorado o céu interior. Vasculha a vida alheia assinalando erros e falando mal das pessoas, mas não cuida de analisar seus próprios pensamentos, atos e emoções para julgar se são bons ou maus. Os erros que nos outros você vê não passam de projeções dos seus próprios; o bem que nos outros observa é o reflexo de sua própria bondade. Só mediante a meditação (dhyana) você poderá cultivar o bem-ver, o bem-ouvir, o bem-pensar e o bem-agir.”
(Sai Baba)




PARTICIPE DESSA CAMPANHA




O desabafo acima é de uma escritora. Ela não cobra pelos seus versos, nem pela expressão dos seus sentimentos através de palavras. Mas tudo que ela expressa em prosa fala com a gente. 
A Ana Nunes é um exemplo. E ela anda muito chateada por ver sua inspiração assinada por outras pessoas. E não é a única.
Recebo esse tipo de desabafo com frequência. 
Portanto, peço a você leitor alguns poucos cuidados:

- PESQUISE SEMPRE A FONTE DO QUE FOR POSTAR.
- SEMPRE DIVULGUE O AUTOR DA FRASE, DO TEXTO OU IMAGEM.
- CURTA FANPAGES QUE DÃO CRÉDITOS AOS AUTORES.
- NÃO COMPARTILHE NADA SEM TER CERTEZA QUE É VERDADEIRO.

Isso não te custará muito tempo.
Custará bem menos do tempo que os escritores levam para escrever.
Custa menos tempo ainda do tempo que as Fanpages sérias levam para fazer pesquisas, criar imagens e posts interessantes para você.
Quem faz Fanpage, faz porque ama, faz porque gosta de espalhar coisas boas num mundo tão cheio de crueldade.

Eu criei ByNina justamente com essa intenção! Espalhar o bem!
E mesmo assim já postei textos, frases e imagens achando que o autor estava correto. Porque a gente também erra. Mas se erra, corre para corrigir, e ainda divulga a fonte certa junto com Blog, Fanpage, Twitter, Site e tudo que estiver relacionado ao autor.

ESPALHE ESSA IDEIA!
VAMOS CONSCIENTIZAR E APOIAR ESSAS PESSOAS TALENTOSAS QUE TORNAM NOSSOS DIAS MUITO MAIS LEVES!

Carolina Carvalho (ByNina)


Desabafo da Hora



segunda-feira, 4 de março de 2013

Fé? Por Carolina Carvalho



Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos ... (2 Coríntios 5:7)

Muitas pessoas perderam a inocência. 

Só enxergam maldade nos outros e julgam sem a chance de conhecer.  
Pregam amor e bondade mas vomitam desprezo por aqueles que fogem um pouco do padrão imposto pela sociedade. 
As pessoas que se mostram ao mundo transparentes, sem máscaras pagam o preço por serem autênticas. 
Ver o ser humano assim desnudo pelos outros ainda assusta muita gente. 
As pessoas não estão preparadas para essas pessoas sinceras. 
Elas se acostumaram a desconfiar.  
É contraditório.
Dizem não ao preconceito, mas o maior preconceito vem justamente dessas pessoas. 
Porque falta amor. 
Falta fé no ser humano, fé de um ser humano por outro ser humano. 
Porque a inabalável fé em Deus é proclamada de sobra... 
Hipocrisia. 
Muitas pessoas perderam a inocência e se perderam.
Julgar o outro sempre é mais fácil que olhar para o próprio umbigo.
Falta também fé em si mesmo. 
E para essas pessoas que se perderam, desejo que aprendam a amar, que resgatem a inocência sem julgar, que amem sem desconfiar, que tenham religião, que não falte fé, mas que a mesma seja aplicada bem AQUI, em atitudes, não em versículos...
Porque eu ainda tenho FÉ no ser humano. 
E ainda acredito nas pessoas que pensam por elas mesmas, sem se preocuparem tanto com a opinião alheia.
Eu ainda confio no outro com inocência. 
Não existe outro modo de confiar. 
Pé atrás é um saco, desequilibra. E já virou quase que regra!
Mas ainda tenho fé, fazer o que, sou sonhadora e tenho fé, muita fé, uma fé imensa... fé que nasceu aqui do lado esquerdo do meu peito, e só aumenta, espalha, irradia e quem sabe até contagie, porque para mim é esse o caminho ao divino......

Carolina Carvalho (ByNina)

ATENÇÃO

Muitas imagens do BLOG são fonte de pesquisa na internet.
As imagens que incluem o ByNina na lateral são criadas por mim, geralmente pego frases de outros autores, citando o mesmo e imagens de fundo disponíveis na internet.
Todas as frases e pensamentos com a assinatura ByNina embaixo da arte são de minha autoria.
Lembre-se sempre de citar a fonte quando compartilhar.
E se alguma imagem tiver direitos autorais, entre em contato comigo através do e-mail bynina@hotmail.com que cito o autor ou retiro imediatamente.
Obrigada pela compreensão!

Carolina Carvalho
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