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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Amor X Obsessão


Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco.
(Gabriel Garcia Marquez - Memórias de Minhas Putas Tristes - Pg. 74)


Quando é que termina o amor e nasce a obsessão?
Porque ambos são opostos.
Amar é deixar o outro livre, obsessão é posse.
Amar é colocar-se em primeiro lugar, obsessão é anulação.
Amar é aceitar o outro, obsessão é criar o outro se baseando numa idealização.
Amar é junto, obsessão é sozinho.
Amar é troca, obsessão é fuga.
Onde há obsessão não há amor.
Há o que restou dele... as lembranças, os momentos, o comodismo e a não aceitação que tudo aquilo de tão sólido e lindo desintegrou-se como se fosse um castelo de areia, que a onda derruba quando a maré sobe.
É preciso aceitar e deixar que a onda leve, o desapego é necessário. Outros castelos poderão ser construídos, mas dessa vez, em um lugar mais sólido, com um material que não se desfaça com facilidade. Mas para isso, foi preciso passar pelo castelo de areia. Porque só as experiências nos tornam experientes.
Não insista no castelo de areia. Nem tente transformar o que já ruiu.
Entre no mar, mergulhe, sinta-se vivo e recomece...

By Nina

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Nina