Minha
intenção, com esse conteúdo é alertar você, leitor.
Como
meu objetivo aqui no BLOG é trazer mais autoconhecimento e qualidade de vida,
acredito que o post que segue abaixo é de utilidade pública.
Todo
o conteúdo abaixo foi tirado do livro “MENTES PERIGOSAS”, de Ana Beatriz
Barbosa Silva.
"Quando
pensamos em psicopatia, logo nos vem à mente um sujeito com cara de mau, truculento,
de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios comportamentais tão óbvios
que poderíamos reconhecê-lo sem pestanejar. Isso é um grande equívoco!
Para
os desavisados, reconhecê-los não é uma tarefa tão fácil quanto se imagina. Os psicopatas
enganam e representam muitíssimo bem! Seus talentos teatrais e seu poder de
convencimento são tão impressionantes que chegam a usar as pessoas com a única intenção
de atingir seus sórdidos objetivos. Tudo isso sem qualquer aviso prévio, em grande
estilo, doa a quem doer.
Este
livro discorre sobre pessoas frias, insensíveis, manipuladoras, perversas, transgressoras
de regras sociais, impiedosas, imorais, sem consciência e desprovidas de sentimento
de compaixão, culpa ou remorso. Esses "predadores sociais" com
aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos, infiltrados em
todos os setores sociais.
São
homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam,
fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria
das pessoas: aquelas a quem chamaríamos de "pessoas do bem".
Em
casos extremos, os psicopatas matam a sangue-frio, com requintes de crueldade, sem
medo e sem arrependimento.
Porém,
o que a sociedade desconhece é que os psicopatas, em sua grande maioria, não
são assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns.
Eles
podem arruinar empresas e famílias, provocar intrigas, destruir sonhos, mas não
matam. E, exatamente por isso, permanecem por muito tempo ou até uma vida
inteira sem serem descobertos ou diagnosticados. Por serem charmosos,
eloquentes, "inteligentes", envolventes e sedutores, não costumam
levantar a menor suspeita de quem realmente são. Podemos encontrá-los
disfarçados de religiosos, bons políticos, bons amantes, bons amigos. Visam
apenas o benefício próprio, almejam o poder e o status e são mentirosos
contumazes, parasitas, chefes tiranos, pedófilos, líderes natos da maldade.
A
realidade é contundente e cruel, entretanto, o mais impactante é que a maioria esmagadora
está do lado de fora das grades, convivendo diariamente com todos nós.
Transitam
tranquilamente pelas ruas, cruzam nossos caminhos, frequentam as mesmas festas,
dividem o mesmo teto, dormem na mesma cama...
É
importante ressaltar que os psicopatas possuem níveis variados de gravidade:
leve, moderado e severo. Os primeiros se dedicam a trapacear, aplicar golpes e
pequenos roubos, mas provavelmente não "sujarão as mãos de sangue" ou
matarão suas vítimas.
Já
os últimos, botam verdadeiramente a "mão na massa", com métodos
cruéis sofisticados,
e sentem um enorme prazer com seus atos brutais. Mas não se iluda!
Qualquer
que seja o grau de gravidade, todos, invariavelmente, deixam marcas de destruição
por onde passam, sem piedade.
Além
de psicopatas, eles também recebem as denominações de sociopatas, personalidades
anti-sociais, personalidades psicopáticas, personalidades dissociais, personalidades
amorais, entre outras. Embora alguns estudiosos prefiram diferenciá-los, no meu
entendimento esses termos se equivalem e descrevem o mesmo perfil.
É
importante ressaltar que o termo psicopata pode dar a falsa impressão de que se
trata de indivíduos loucos ou doentes mentais. A palavra psicopata literalmente
significa doença da mente (do grego, psyche = mente; e pathos = doença). No
entanto, em termos médico-psiquiátricos, a psicopatia não se encaixa na visão
tradicional das doenças mentais. Esses indivíduos não são considerados loucos,
nem apresentam qualquer tipo de desorientação. Também não sofrem de delírios ou
alucinações (como a esquizofrenia) e tampouco apresentam intenso sofrimento
mental (como a depressão ou
o
pânico, por exemplo).
Ao
contrário disso, seus atos criminosos não provêm de mentes adoecidas, mas sim
de um raciocínio frio e calculista combinado com uma total incapacidade de
tratar as outras pessoas como seres humanos pensantes e com sentimentos.
Os
psicopatas em geral são indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos,
dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apenas o próprio benefício.
Eles são incapazes de estabelecer vínculos afetivos ou de se colocar no lugar
do outro. São desprovidos de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se
agressivos e violentos. Em maior ou menor
nível de gravidade e com formas diferentes de manifestarem os seus atos transgressores,
os psicopatas são verdadeiros "predadores sociais", em cujas veias e artérias
corre um sangue gélido.
Certamente,
cada um de nós conhece ou conhecera algumas dessas pessoas durante a sua
existência.
Muitos
já foram manipulados por elas, alguns vivem forçosamente com elas e outros tentam
reparar os danos materiais e psicológicos por elas causados.
Por
isso, não se iluda! Esses indivíduos charmosos e atraentes frequentemente deixam
um rastro de perdas e destruição por onde passam. Sua marca principal é a impressionante
falta de consciência nas relações interpessoais estabelecidas nos diversos
ambientes do convívio humano (afetivo, profissional, familiar e social).
O
jogo deles se baseia no poder e na autopromoção às custas dos outros, e eles
são capazes de atropelar tudo e todos com total egocentrismo e indiferença.
Como
animais predadores, vampiros ou parasitas humanos, esses indivíduos sempre
sugam suas presas até o limite improvável de uso e abuso.
Na
matemática desprezível dos psicopatas, só existe oacréscimo unilateral e
predatório, e somente eles são os beneficiados.
Os
psicopatas são os vampiros da vida real. Não é exatamente o nosso sangue que
eles sugam, mas sim nossa energia emocional.
Possuem
um extraordinário poder de nos importunar e de nos hipnotizar com o
objetivo maquiavélico de anestesiar nosso poder de julgamento e nossa
racionalidade. Com histórias imaginárias e falsas promessas nos fazem sucumbir
ao seu jogo e, totalmente entregues à sorte, perdemos nossos bens materiais ou
somos dominados mental e psicologicamente.
O
mais surpreendente é que, a princípio, os psicopatas aparentam ser melhores que
as pessoas comuns. Mostram-se tão inteligentes, talentosos e até encantadores
como o próprio conde romeno que o cinema imortalizou como o Conde Drácula.
Inicialmente nos despertam confiança, simpatia e acabamos por esperar mais
deles do que das outras pessoas. Ilusórias expectativas! Esperamos, mas não
recebemos nada positivo e, no fim das
contas, amargamos sérios prejuízos em diversos setores das nossas vidas.
Sem
nos darmos conta, acabamos por convidá-los a entrar em nossas vidas e quase sempre
só percebemos o erro e o tamanho do engodo quando eles desaparecem inesperadamente,
deixando-nos exaustos, adoecidos, com uma enorme dor de cabeça, a carteira
vazia, o coração destroçado e, nos piores casos, vidas perdidas.
Para
os psicopatas, essa sucessão de fatos irresponsáveis é absolutamente
"normal".
Durante todos esses anos de exercício
profissional, ouvi muitas histórias sobre
psicopatia. Meus pacientes relataram (e
até hoje o fazem) como essas criaturas invadiram, feriram e arruinaram as suas
vidas. Em cada caso foi possível identificar comportamentos suspeitos; uns mais
característicos, outros menos. Tudo varia muito de caso para caso, no entanto,
em todos, precisamente em todos, pude identificar "o jogo da pena".
A meu ver, esse é um dos recursos mais
comuns e constantes das pessoas
inescrupulosas. Muito mais que apelar
para o nosso sentimento de medo, os psicopatas, de forma extremamente perversa,
apelam para a nossa capacidade de sermos solidários.
Eles se utilizam de nossos sentimentos
mais nobres para nos dominar e controlar. Os psicopatas se alimentam e se
tornam poderosos quando conseguem nos despertar piedade
A piedade, a compaixão e a
solidariedade são forças para o bem quando direcionadas às pessoas que de fato
merecem e precisam de tais sentimentos. No entanto, quando esses mesmos
sentimentos são direcionados a pessoas que apresentam comportamentos
inescrupulosos de forma consistente e repetitiva, temos que considerar isso
como um aviso de que algo está muito errado. É um sinal de alarme que não
podemos ignorar.
Como reconhecer um psicopata
A
simples identificação de alguns sintomas não são suficientes para a realização
do diagnóstico da psicopatia. Muitas pessoas podem ser sedutoras, impulsivas,
pouco afetivas ou até mesmo terem cometido atos ilegais, mas nem por isso são
psicopatas.
Superficialidade e eloqüência
Os
psicopatas costumam ser espirituosos e muito bem articulados, tornando uma conversa
divertida e agradável. Geralmente contam histórias inusitadas, mas convincentes
em diversos aspectos, nas quais eles são sempre os mocinhos. Não economizam
charme nem recursos que os tornem mais atraentes no exercício de suas mentiras.
Para
algumas pessoas, eles se mostram suaves e sutis, tal como os galãs da TV e do cinema.
Quando
não temos conhecimento sobre a personalidade dos psicopatas podemos ser enrolados
por suas histórias improváveis. Entre outras razões, isso ocorre pela habilidade
dos psicopatas em se informarem sobre os mais diversos assuntos.
Se
forem realmente testados por verdadeiros especialistas no assunto, revelam,
porém, suas superficialidades de conteúdo. Eles tentam demonstrar conhecimento
em diversas áreas como filosofia, arte, literatura, sociologia, poesia, medicina,
psiquiatria, psicologia, administração, legislação e usam e abusam dos termos técnicos,
passando credibilidade aos menos avisados.
Outro
sinal muito característico desse comportamento é a total falta de preocupação
ou constrangimento que esses psicopatas apresentam ao serem desmascarados como farsantes.
Não demonstram a menor vergonha caso sejam flagrados em suas mentiras.
Ao
contrário, podem mudar de assunto com a maior tranquilidade ou dar uma resposta
totalmente fora do contexto. Esses tipos de psicopata são muito comuns no
mercado de trabalho
como um todo, que fingem ser profissionais qualificados, sem nunca terem colocado
os pés numa faculdade.
Ausência de sentimento de culpa
Os
psicopatas mostram uma total e impressionante ausência de culpa sobre os
efeitos devastadores que suas atitudes provocam nas outras pessoas. Os mais
graves chegam a ser sinceros sobre esse assunto: dizem que não possuem
sentimento de culpa, que não lamentam pelo sofrimento que eles causaram em
outras pessoas e que não conseguem ver nenhuma razão para se preocuparem com
isso.
Na
cabeça dos psicopatas, o que está feito, está feito, e a culpa não passa de uma
ilusão utilizada pelo sistema para controlar as pessoas. Diga-se de passagem,
eles (os psicopatas) sabem utilizar a culpa contra as pessoas
"do bem" e a favor deles com uma maestria impressionante.
Os
psicopatas são capazes de verbalizar remorso (da boca pra fora), mas suas ações
são capazes de contradizê-los rapidamente. Uma das primeiras coisas que os
psicopatas aprendem é a importância da palavra remorso e como devem elaborar um
bom discurso para demonstrar esse sentimento. Com essa habilidade de racionalizar
(criar razões para)
seus comportamentos, os psicopatas se isentam de responsabilidade em relação às
suas atitudes. Inventam "desculpas elaboradas" capazes de mexer
profundamente com os sentimentos nobres de pessoas de bom coração, as quais
eventualmente podem vir a sentir pena dessas criaturas tão maquiavélicas.
Ausência de empatia
Empatia
é a capacidade de considerar e respeitar os sentimentos alheios. É a habilidade
de se colocar no lugar do outro, ou seja, vivenciar o que a outra pessoa sentiria
caso estivéssemos na situação e circunstância experimentadas por ela. Somente
pela definição do que é empatia, já fica claro que esse não é um sentimento
capaz de ser experimentado por um psicopata. Para os psicopatas, as outras
pessoas são meros objetos ou coisas, que devem ser usados sempre que
necessários para a satisfação do seu bel-prazer. Os psicopatas
zombam dos mais sensíveis e generosos. Para eles, essas pessoas não passam de
uma gente fraca e vulnerável e, por isso mesmo, são seus alvos preferidos.
A
falta de empatia apresentada pelos psicopatas é geral. Eles são indiferentes
aos direitos e sofrimentos de seus familiares e de estranhos do mesmo modo.
Caso demonstrem possuir laços mais estreitos com alguns membros de sua família
(esposa, filhos), certamente é peio sentimento de possessividade e não pelo
amor genuíno.
Não
se esqueça: psicopatas são incapazes de amar, eles não possuem a consciência genuína
que caracteriza a espécie humana. Os psicopatas gostam de possuir coisas e pessoas,
logo, é com esse sentimento de posse que eles se relacionam com o mundo e com
as pessoas.
Mentiras, trapaças e manipulação
Antes
de qualquer coisa, temos que considerar que todo mundo mente, uns mais, outros menos.
O filósofo e psicólogo americano David Livingstone Smith afirma que a mentira "branca"
é normal e até necessária. Em seu livro Por que Mentimos, Smith descreve que todos
nós mentimos de forma consciente ou inconsciente, verbal ou não-verbal, declarada
ou não-declarada. Segregamos o "engano" não somente através de
palavras como também pelos nossos corpos (um sorriso falso, por exemplo).
A
mentira é um ato espontâneo que permeia todos os setores da nossa vida, seja
para não magoarmos uma pessoa querida, como forma de "boas maneiras",
ou até mesmo para desfrutarmos de alguns ganhos. A não ser em situações de
extrema necessidade, as pessoas comuns e decentes mentem somente de forma
ocasional, sem maiores consequências, ato perfeitamente justificável sob o
ponto de vista moral.
Temos
que distinguir, porém, a mentira corriqueira da mentira psicopática. Os psicopatas
são mentirosos contumazes, mentem com competência (de forma fria e calculada),
olhando nos olhos das pessoas. São tão habilidosos na arte de mentir que, muitas
vezes, podem enganar até mesmo os profissionais mais experientes do comportamento
humano. Para os psicopatas, a mentira é como se fosse um instrumento de
trabalho, que é utilizado de forma sistemática e motivo de grande orgulho.
Mentir,
trapacear e manipular são talentos inatos dos psicopatas. Com uma imaginação fértil
e focada sempre em si próprios, os psicopatas também apresentam uma surpreendente
indiferença à possibilidade de serem descobertos em suas farsas. Se forem
flagrados mentindo, raramente ficam envergonhados, constrangidos ou perplexos; apenas
mudam de assunto ou tentam refazer a história inventada para que ela pareça mais
verossímil.
Eles
se gabam pelas suas habilidades em mentir e podem fazê-lo sem qualquer justificativa
ou motivo. Essa habilidade, muitas vezes, é potencializada pela facilidade de
associarem a linguagem verbal à corporal (gestos e expressões) na elaboração de
suas mentiras, dando um apelo teatral às mesmas. Nesse cenário de enganação, os
psicopatas são, ao mesmo tempo, roteiristas, atores e diretores de suas
histórias improváveis.
É
muito importante também destacar outro recurso utilizado por essas criaturas na
"arte" da mentira. Alguns psicopatas "mais experientes" são
tão especialmente hábeis em mentir que se utilizam de pequenas verdades para
ganharem credibilidade em seus discursos. A coisa funciona mais ou menos assim:
eles admitem alguns deslizes que cometeram de fato, apenas para que as pessoas
"de bem" se confundam e pensem da seguinte maneira: "Sejamos razoáveis,
se fulano' está admitindo seus erros, e bem provável que ele esteja falando a verdade
sobre as demais histórias." Por isso é preciso muita observação,
conhecimento de sua vida passada e um pouco de distanciamento emocional para
não se deixar enganar com facilidade por um psicopata.
Pobreza de emoções
Os
psicopatas apresentam uma espécie de "pobreza emocional" que pode ser evidenciada
pela limitada variedade e intensidade de seus sentimentos. São incapazes de sentir
certos tipos de sentimento como o amor, a compaixão e o respeito pelo outro.
Por vezes podem nos confundir ao apresentarem episódios emocionais dramáticos,
fúteis e de curta duração.
No
entanto, se observarmos com mais cautela, constataremos que esses episódios não
passam de pura encenação.
Muitas
vezes, os psicopatas querem convencer as pessoas de que são capazes de vivenciar
fortes emoções, porém eles sequer sabem diferenciar as nuances existentes entre
elas. Confundem amor com pura excitação sexual, tristeza com frustração e raiva
com irritabilidade.
Muitos
psiquiatras afirmam que as emoções dos psicopatas são tão superficiais que podem
ser consideradas algo bem similar ao que denominam de "proto-emoções"
(respostas primitivas às necessidades imediatas).
Impulsividade
A
impulsividade apresentada pelos psicopatas visa sempre alcançar prazer, satisfação
ou alívio imediato em determinada situação, sem qualquer vestígio de culpa ou arrependimento.
Autocontrole deficiente
A
maioria de nós possui o que denominamos controle arbitrário sobre nossos comportamentos.
Assim, mesmo que por vezes tenhamos vontade de responder agressivamente a
provocações, acabamos não agindo dessa forma, em função de sermos capazes de
exercer nosso autocontrole.
Os
psicopatas apresentam níveis de autocontrole extremamente reduzidos. São denominados
"cabeça-quente" ou "pavio-curto" por sua tendência a
responder às frustrações e às críticas com violência súbita, ameaças e
desaforos. Eles facilmente se ofendem e se tornam violentos por trivialidades
ou por motivos banais. Apesar de a explosão de agressividade e violência serem
intensas, elas ocorrem em um curto espaço de tempo, após o qual os psicopatas
voltam a se comportar como se nada tivesse ocorrido.
Um
psicopata, quando "perde o controle", sabe exatamente até onde ele
quer ir, no sentido de magoar, amedrontar ou machucar uma pessoa. Apesar de
tudo isso, eles se recusam a admitir que tenham problemas em controlar seu
temperamento. Eles descrevem seus episódios agressivos como uma resposta
natural à provocação a que foi submetido. Daí a se colocar como vítima de toda
a situação é um passo muito pequeno!
Necessidade de excitação
Os
psicopatas são intolerantes ao tédio ou a situações rotineiras. Eles buscam
situações que possam mantê-los em um estado permanente de alta excitação. Por
isso, apreciam viver no limite, no conhecido "fio da navalha". Nessa
busca desenfreada, muitas vezes, envolvem-se em situações ilegais, agressões
físicas, brigas, desacatos a autoridades, direção perigosa, uso de drogas,
promiscuidade sexual etc. Frequentemente mudam de residência e emprego na busca
de novas situações que os "excitem".
Em
função disso, dificilmente iremos encontrar um psicopata exercendo atividades
que demandam estabilidade e alta concentração por longos períodos.
Muitos
psicopatas procuram nos atos perigosos, proibidos ou ilegais que praticam o suspense
e a excitação que esses atos provocam. Para eles, tudo isso não passa de mero prazer
e diversão imediatos, sem qualquer outra conotação.
Falta de responsabilidade
Para
os psicopatas, obrigações e compromissos não significam absolutamente nada. A sua
incapacidade de serem responsáveis e confiáveis se estendem para todas as áreas
de suas vidas. No trabalho apresentam desempenho errático, com faltas
freqüentes, uso indevido dos recursos da empresa e violação da política da
companhia. Nas relações interpessoais não honram compromissos formais ou
implícitos com as outras pessoas.
Por
isso, nunca acredite em acordos escritos ou verbais com eles, pois nunca irão cumpri-los
totalmente. Talvez o façam parcialmente no início do acordo somente para impressionar
e ganhar confiança de suas vítimas. Mas uma coisa é certa: mais cedo ou mais
tarde eles irão “aprontar”!
Quando
a questão é família, o comportamento deles também segue o mesmo padrão de indiferença
e irresponsabilidade.
Quando
constituem famílias (cônjuges e filhos) os psicopatas não o fazem por sentimentos
amorosos, mas sim como um instrumento necessário para construir uma boa imagem
perante a sociedade.
Em
geral os psicopatas afirmam, com palavras bem colocadas, que se importam muito com
sua família (pai, mãe, irmãos, filhos), mas suas atitudes contradizem
totalmente o seu discurso. Eles não hesitam em usar seus familiares e amigos
para se livrarem de situações difíceis ou tirarem vantagens. Quando dizem que
amam ou demonstram ciúmes, na realidade têm apenas um senso de posse como com
qualquer objeto. Eles tratam as pessoas como "coisas" que, quando não
servem mais, são descartadas da mesma forma que se faz com uma ferramenta
usada.
O diagnóstico de psicopatia somente
pode ser feito quando o indivíduo se encaixa de forma significativa nesse
perfil, ou seja, quando possuir a maioria dos sintomas aqui apresentados.
TRATAMENTO
Senhoras
e senhores, não trago boas-novas. Com raras exceções, as terapias biológicas (medicamentos)
e as psicoterapias em geral se mostram, até o presente momento, ineficazes para
a psicopatia.
Temos
que ter em mente que as psicoterapias são direcionadas às pessoas que estejam em
intenso desconforto emocional, o que as impede de manter uma boa qualidade de vida.
Por mais bizarro que possa parecer, os psicopatas parecem estar inteiramente satisfeitos
consigo mesmos e não apresentam constrangimentos morais ou sofrimentos emocionais
como depressão, ansiedade, culpas, baixa auto-estima etc. Não é possível tratar
um sofrimento inexistente.
É
no mínimo curioso, embora dramático, pensar que os psicopatas são portadores de
um grave problema, mas quem de fato sofre é a sociedade como um todo.
É
importante lembrar que de uma forma geral todos nós estamos vulneráveis às ações
desses predadores sociais. Assim, é mais
sensato falarmos em ajuda e tratamento para as vítimas dos psicopatas do que
para eles mesmos.
Os
psicopatas, além de acharem que não têm problemas, não esboçam nenhum desejo de
mudanças para se ajustarem a um padrão socialmente aceito. Julgam-se auto-suficientes,
são egocêntricos e suas ações predatórias são absolutamente satisfatórias e
recompensadoras para eles mesmos. Mudar para quê?
Dessa
forma, os psicopatas raramente procuram auxílio médico ou psicológico. Quando eles
chegam a um consultório, quase sempre é por pressões familiares ou, então, com
o intuito de se beneficiarem de um laudo técnico. Frequentemente estão
envolvidos com problemas legais, endividados e às voltas com o sistema
judicial.
Por
isso, tentam obter do profissional de saúde mental algum diagnóstico ou alguma comprovação
de problemas que os auxiliem a minimizar as sanções que lhes foram impostas.
Manual de sobrevivência
1 - Saiba com quem você está lidando.
Essa
primeira e importante regra se traduz no "remédio amargo" de aceitar
que os psicopatas existem de fato e que eles literalmente não possuem
consciência genuína. Ou seja, eles são incapazes de experimentar o amor ou
qualquer outro tipo de ligação positiva com os outros seres humanos. Eles podem
ser encontrados em todos os segmentos da sociedade e existe uma grande chance
de você ter um encontro doloroso com um deles. Nunca menospreze o poder
destruidor de um psicopata. Todas as pessoas, incluindo os especialistas, podem
ser manipuladas e enganadas por eles,
mesmo
que tenham um conhecimento razoável sobre o assunto. Por isso, sua melhor defesa
é entender e, principalmente, aceitar que existem pessoas com essa natureza:
fria e devastadora.
2 - As aparências enganam!
Todo
cuidado é pouco! Como disse Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe: "Só se vê
bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos".
Tenha
sempre em mente que a maioria dos psicopatas não tem "pinta" de
assassino.
Costumam
ter um sorriso cativante, uma linguagem corporal interessante e uma boa lábia.
Não caia nessa cilada! Ao conhecer novas pessoas, procure enxergar o que está por
trás de tantos atrativos. Não se distraia com olhares sedutores, demonstração
de poder, gestos atraentes, voz suave ou traquejo verbal, característicos de um
psicopata.
Todos
esses artifícios são utilizados com extrema habilidade exatamente para encobrir
as suas verdadeiras intenções.
Também
não se esqueça do poder do olhar desses indivíduos. Pessoas normais mantêm contato
visual com as outras por uma gama de razões, na maioria das vezes por educação,
mas o olhar intenso e frio do psicopata é mais um exercício de poder e de manipulação
do que simplesmente interesse ou empatia pelo outro.
Em
suma, da próxima vez que conhecer alguém que pareça ser uma pessoa muito extraordinária,
tente não se iludir com o "evento teatral" à sua frente. Desvie seu
olhar para as outras pessoas e se atenha ao que está sendo dito no conteúdo do
discurso. É um exercício de separar a letra da melodia em uma canção.
3 - Não se esqueça de considerar a voz
da sua intuição.
Sem
percebermos, todos nós estamos constantemente observando o comportamento das pessoas.
Muitas das impressões captadas por nosso cérebro podem se acumular em nossa
memória de forma inconsciente, ou seja, sem que tenhamos conhecimento racional
disso. Essas informações por vezes "guardadas" se manifestam na forma
de intuição - como se fosse um instinto protetor do nosso organismo -,
sinalizando perigos "invisíveis".
Embora
aparentemente estranhas, essas informações, traduzidas na forma de "sensações",
podem lhe ajudar se você permitir.
Então,
lembre-se! Quando você estiver num dilema entre seguir o que manda o seu "coração"
(intuição) e valorizar uma pessoa apenas pelo seu status profissional ou social,
não vacile: siga sua intuição. Ela pode tirá-lo de uma grande enrascada!
4 - Abra os olhos com pessoas
maravilhosas ou excessivamente bajuladoras.
No
início de qualquer relacionamento, todos nós tentamos esconder aquele
"lado meio sombrio", mostrando apenas o que temos de melhor. Para a
maioria dos psicopatas isso também não é diferente, muito embora com
consequências infinitamente maiores. Eles tendem a impressionar suas vítimas
com elogios, cuidados especiais, gentilezas excessivas e histórias falsas sobre
seu status social e/ou financeiro. Devemos ter uma "dose" extra de
cautela quando alguma pessoa aparenta ser "tudo de bom". Não estou propondo
que você contrate um detetive particular todas as vezes que conhecer alguém que
lhe desperte algum interesse profissional ou afetivo. De forma alguma! Estou apenas
sugerindo que você avalie muito bem quem é a pessoa com a qual está lidando.
Na
medida do possível, procure lhe fazer perguntas sobre seus familiares, amigos, emprego,
residência, projetos futuros... Os psicopatas geralmente dão respostas vagas, evasivas
ou até inconsistentes quando são questionados sobre suas vidas. Suspeite de tais
respostas e, se puder, procure confirmá-las. Cuidado também para não cair no
golpe da pessoa perfeita, que fica horas a fio ouvindo seus problemas sem se
preocupar em falar de si mesma. Na realidade, esses falsos
"terapeutas" estão colhendo informações para usá-las mais tarde
contra você.
Outra
situação para manter os olhos bem abertos é quanto à bajulação. A maioria de
nós gosta de receber elogios. Eles são sempre muito bem-vindos principalmente
quando são sinceros.
Em
contrapartida, a bajulação excessiva, o agradar "afetado" e pouco
realista é uma das táticas dos psicopatas para nos cegar, seduzir e encobrir
suas verdadeiras intenções: manipulação e controle. Por isso, desconfie dos
famosos "puxa-sacos"!
E
aqui é importante esclarecer que a regra da bajulação se aplica tanto para os
indivíduos
quanto para os grupos e nações. Da mesma forma que um indivíduo se empolga com
a adulação de um manipulador, uma nação inteira pode se "hipnotizar" por
lideranças políticas que se utilizam desses mesmos recursos.
5 - Certas situações merecem atenção
redobrada.
Determinados
lugares encaixam-se como luvas para a ação plena dos psicopatas: bares, clubes
sociais, boates, resorts, cruzeiros, aeroportos. Nesses locais eles fazem verdadeiros
plantões. Suas vítimas preferenciais são os solitários que buscam companhia ou
diversão. Os psicopatas, na espreita, observam-nas atentamente e depois partem
para o ataque. Os viajantes solitários também são alvos fáceis, pois
prontamente são identificados como perdidos e sozinhos num aeroporto ou num
ponto turístico qualquer.
Então, fique esperto!
6 - Autoconhecimento é fundamental.
Os
psicopatas são experts em detectar e explorar nosso lado mais vulnerável. Eles identificam
as "feridas" certas e não perdem a chance de tocá-las quando podem.
Assim, uma ótima forma de defesa é entender a si mesmo, saber verdadeiramente
quais são seus pontos fracos. Desconfie de qualquer pessoa
que os aponte com frequência, seja em particular ou em situações públicas e pouco
apropriadas. Tenha cuidado com pessoas muito críticas e que vivem atentas às suas
vulnerabilidades e às dos outros.
O
autoconhecimento nem sempre é fácil de ser alcançado, por vezes a ajuda de um profissional
especializado pode ser muito útil nesse sentido.
7- Não entre no jogo das intrigas.
A
intriga é uma das ferramentas poderosas de um psicopata. No ambiente de
trabalho, a intriga pode levar a consequências devastadoras. A princípio o
psicopata se mostra um ótimo colega de trabalho, com espírito de colaboração e
um especial interesse em oferecer seu ombro a quem necessita de uma
"força". Em pouco tempo ele é capaz de se tomar seu "melhor
amigo de infância". Logo depois começará a utilizar as informações colhidas
no ombro amigo para fazer intrigas. E isso ele fará com você e com todos que inicialmente
acreditaram em sua "amizade".
Sem
mais nem porque, a confusão está armada! Funcionários começam a se desentender e
todos acabam fazendo mexericos. Somente o psicopata, perante o chefe, está fora
de tanta "baixaria".
Resista
à tentação de entrar no jogo das intrigas, fale dire-tamente com seu colega
sobre os fatos ou se possível com o próprio chefe. Não deixe ninguém intermediar
desentendimentos por você. Se você entrar nesse joguinho pode acabar se
igualando ao psicopata e se distraindo do mais importante, que é se proteger.
8 - Cuidado com o jogo da pena e da
culpa.
É
muito importante que você entenda que o sentimento de pena ou de compaixão deve
ser reservado às pessoas generosas, de bom coração e que estejam em sofrimento
verdadeiro. Temos a virtude de sentir tristeza frente à aflição alheia e nos
compadecemos com a sua dor. A compaixão nos faz sentir
mais humanos, pois enxergamos nosso semelhante como a nós mesmos.
Mas,
afinal, devemos dispensar um sentimento tão nobre a alguém frio e cruel?
Decididamente
não!
Para
início de conversa, um psicopata não sofre de fato. O máximo que ele consegue sentir
é frustração por algo que não conseguiu concretizar. Também é muito importante que
você tenha em mente que os psicopatas se alimentam dos nossos sentimentos mais nobres,
da nossa compaixão, o que os torna cada vez mais fortes e poderosos.
Sentir
pena de um deles é o mesmo que dar o alimento preciso para que continue com suas
atitudes inescrupulosas. Não tenha pena de um psicopata, não gaste suas
reservas de compaixão com uma pessoa sem coração. Ela vai sugar você até que se
sinta vazio e fragilizado.
Por
outro lado, um psicopata também "brinca" com o nosso sentimento de
culpa, que também é uma virtude. Qualquer que seja o motivo que o fez se
envolver com um psicopata, é muito importante que você não esqueça o seguinte:
nunca aceite que ele culpe você pelas atitudes dele. Tenha a plena convicção de
que a vítima é você e não ele. Os psicopatas são habilidosos em inverter papéis
e fingem sofrer. De algozes passam-se por vítimas com a maior tranquilidade.
Os
psicopatas não amam seus cônjuges, isso não existe! Eles os possuem como uma mercadoria
ou um troféu com os quais reforçam seus desejos de manipulação, controle e
poder.
De
forma muito parecida, pais de filhos psicopatas sofrem e se culpam porque se sentem
responsáveis pelo desenvolvimento da personalidade de seus filhos. No entanto,
tudo indica que esses pais não cometeram erros tão graves assim, se é que os
tenham cometido de fato. Os estudos sobre a personalidade psicopática revelam
que a educação fornecida pelos pais pode, no
máximo,
exacerbar o problema, mas não existe nenhum indício de que a maneira de educar
seja capaz de originar a psicopatia.
Filhos
psicopatas se utilizam muito do jogo da culpa. Eles costumam justificar os seus
atos transgressores como consequência de comportamentos inadequados de seus
pais quando eles ainda eram crianças. E, infelizmente, é muito difícil
convencer esses pais de que nada disso é verdade. Os pais são as maiores
vítimas do jogo da culpa.
9- Busque ajuda profissional.
Os
danos causados pela passagem (ou permanência) de um psicopata na vida de alguém
são devastadores e imensuráveis. Sua vida emocional, física, profissional (ou
financeira) e até mesmo sua dignidade podem ser sumariamente destruídas por um
deles. Assim, na medida do possível, os familiares e as vítimas de psicopatas
devem buscar ajuda médica, psicológica e até mesmo jurídica. É recomendado que
esses profissionais tenham profundo conhecimento sobre a natureza da
personalidade psicopática.
10 - Dê valor a sua capacidade de ser
consciente.
Não
se esqueça de que você possui o bem mais valioso que um ser humano pode alcançar.
Você tem a sua consciência que lhe confere o dom de amar a própria vida, o planeta
e a humanidade como um todo. Por isso, é tão importante desenvolver e aperfeiçoar
a nossa consciência. O desenvolvimento da consciência provoca experiências
transformadoras em nós. Mudamos a nossa forma de ver, viver, sentir e nos
relacionar com o mundo. Com o aperfeiçoamento da consciência, aumentamos a nossa
capacidade de amar e, com isso, temos o privilégio de praticar o amor incondicional.
Exercer
esse amor de forma realista e madura é ter o bem pulsando dentro de nós."
(MENTES
PERIGOSAS – Ana Beatriz Barbosa Silva)